Discofonia (7/8 Abril)

Sufjan Stevens-Free Man in Paris

João Moreira dos Santos-O Jazz Segundo Villas-Boas

"Ele estava em Nova Iorque com o Fernando Tordo, o Villas-Boas estava a dormir, segundo o Fernando Tordo roncava arduamente, e o Fernando Tordo não conseguia dormir e ligou a televisão. E de repente veio uma interrupção do programa, dizia-se: morreu o Louie Armstrong, e o Fernando Tordo tentou acordar o Villas-Boas que, enfim, com bastante sono respondeu: é pá, vê lá se sabes em que igreja é que ele está, e voltou a dormir. E no dia a seguir foram aos serviços fúnebres. Ele tentava tirar uma fotografia ao Armstrong dentro da urna e apareceu um segurança, daqueles americanos fortes e altos, e o segurança tentou que ele não tirasse a fotografia e o Villas-Boas lá conseguiu tirar a fotografia e trouxe a fotografia e tal... Isto prova a determinação. Eu acho que o Villas-Boas era uma locomotiva imparável. Não havia nada que o parasse. Quando ele estava determinado a fazer alguma coisa, fazia. E só assim é que se percebe que ele tenha conseguido fazer, em pleno Estado Novo, o programa Hot Clube, e no final do Estado Novo, o Cascais Jazz, em 71, que foi outra grande aventura. Só uma pessoa como ele, determinada, com uma grande paixão pelo jazz, e sem medo, (conseguia) meter 10 mil pessoas a ouvir música de negros quando nós estávamos em plena guerra nas colónias, com os movimentos de libertação."

Feist-Sea Lion Woman