Discofonia (16/17 Junho)

Lizz Wright-Old Man

Mário Laginha Trio-Espaço

"A história está cheia de exemplos de grandes pianistas de jazz que não estudaram clássica, nunca na vida. E que foram, alguns, monstros de técnica. Há uma história engraçada do Art Tatum, que tocava num bar, e o Art Tatum era cego, e era eventualmente o maior virtuoso de todos os tempos na área do jazz. Mas acho que alguém avisou o Arthur Rubinstein, que na época era o mais conhecido pianista de clássico, é pá, tu devias ir ouvir um sujeito que toca ali num clube, que é um grande virtuoso e tal, e acabou por ir. E consta que ele não queria acreditar, mas como é que é possível que alguém toque com este virtuosismo aqui neste clube? E portanto eu acho que depende muito daquilo que as pessoas estudam em casa, a inteligência com que estudam, a força com que estudam, o tempo que perdem a estudar e também o talento que têm, a facilidade que têm... e depois há sempre excepções. Eu acho que a escola é fundamental. Normalmente as excepções, aqueles casos ímpares, havendo escola ou não havendo eles aparecem à mesma, um certo tipo de músico. O Jarrett é um bom exemplo, ter estudado na Berklee ou noutra escola qualquer era igual, o Jarrett ia ser o Keith Jarrett. Estudar clássico pode ser bom, pode também não ser."

World Saxophone Quartet-Bluocracy I